Inêz OLudé da Silva
# 1000 passaros para Lula # POEMAS
Revoada Poética
Porque pássaros representam beleza, harmonia, alegria e cores. Símbolo da liberdade e da transcendência, ele traz felicidade com seu canto por isso dedico esta revoada de 1000 pássaros a Lula e 365 poemas para a Paz en solidariedade ao presidente eterno que esta sendo perseguido e vitima de assassinos ferozes que atentam contra sua vida. Estes fascistas o odeiam porque nao conseguem vencê-lo nas urnas. Paz também ao Brasil que est tomado por canalhas e abutres ávidos de sangue e de poder ilegitimo.
Chacinas Setembrinas
Ainda bem que tenho coisas felizes
Para esquecer os negros setembros de 73 e 2001
O aniversario do meu pai
Que nasceu no dia 13
Mas se chamava Augusto
Meu irmão Carlos que detestava ser o caçula
O último da família nascido dia 21
Neste mesmo dia
Comemora-se o dia da paz
Eu comemoro o dia da liberdade
Por ter sido liberada da prisão de Villa Devoto
Buenos Aires, argentina
Neste dia cheguei em Bruxelas
Este era um dia de sol
40 anos depois,
Quando percebo uma réstia de sol
Adentrando pela janela
Ainda saio na rua para reverencia-lo
Para sentir seus raios
Nesse calor setembreiro
Outros setembros avistei coisas tristes Assisti a uma chacina no Chile,
11 de setembro de 1976
Em Santiago havia mortos em cada esquina
No país do Salvador Allende
Fui presa e solta nesse mesmo dia
Fui expulsa para a Argentina
Onde o sol Eu via pela janela
O sol nascer quadrado
Durante mais de 500 dias
Se fui preso no mês de março de 75
Fui libertada em setembro de 76
Na Argentina, assisti outra chacina
30.000 desaparecidos
Eu sobrevivi não sei como
Me libertaram no dia 21 setembro
A uma hora da manhã
Me levaram num camburão
Para a secretaria do abuso federal
Que me despachou num avião belga,
Da companhia Sabena
Finalmente Bruxelas onde estou até hoje
Viva de pé,
cabeça branqueada, mas, erguida,
Feliz e contando a historia
Anos depois, não sei se de proposto
Ou por coincidência
Aconteceu outro 11 de Setembro
Desta vez em Nova Iorque
Assisti de longe as torres gêmeas
Serem desintegradas
Por pássaros metálicos
Numa outra chacina
Choro pelos mortos, por todos os mortos
Sejam dos 11 de setembro de 2001 ou de 1973
Sejam do Chile ou de Nova York
Tantas chacinas promovidos pelos americanos
Na América Latina, terra de chacinas
Três chacinas fizeram parte da minha vida
Agora já não se pode nem contar
Ja tantas há pelo mundo
Tanto são os mortos em tantas chacinas
Escrevo com o sangue destes mortos
A palavra liberdade
No meu coração - cemitério
A guerra morreu de velha
no meu soho
Quanta paz!
aqui jaz a guerra
Morreu de velha
No meu sonho
​
Por onde andei
Deixei flores para serem beijadas
Pelos Sabiás
Sou árvore em flor
Venham me beijar
Que cantarei como vocês
As tristezas de voltar
Até o dia clarear
Ao amanhecer voarei
Porque voar,revoar
E um ato de rebelião
Necessito urgente
Preservar a memória
Das dores dos meus atos de cólera
Porque são atos de amor
​
Ninhos para Sabiás
​
Meus passarinhos, parece,
Que agora encontraram ninhos
Nas preces nas orações,
Nos pedidos
Nos versos dos poetas
Nos quatro cantos do universo
Nas conversas dos sábios
Nas paredes dos conventos
Nas pás dos moinhos de ventos
A paz, a liberdade e o verbo
Não se alteram com os ventos
De guerras que o ano traz
Rima com liberdade
Coçando-me as feridas
Que arrumei pelo mundo
Sem país
Sem pais,
Sem paz
​
Achei a letra
Que rima com a palavra
Liberdade
​
É segredo
Não desvendo
Não troco
Não vendo
Potência de vida
(A Spinoza)
Atômica, agônica antagônica
Acordar assim atônita
Obriga a pensar longe
​
Nos tempos que correm
Tudo transmite notícias
De terrorismo
De golpes de Estado, de guerras
Que diminuem a potência de vida
​
Para quem sabe prestar atenção
Nos avisos do vento
Entende a sua mensagem
Cifrada digo como Spinoza:
​
Não espere a vida
Se acabar
Para começar
A vivê-la
​
A imbecilidade da guerra
A guerra, é certo,disse
nao sei que poeta desconhecido:
Junta três tipos de indivíduos:
O imbecil, o idiota e o servil
O idiota manda seus filhos
Defender o dos outros
O servil vai matar
Quem nem conhece
E acaba morrendo
O imbecil inventa guerras
Vende armas, engorda, se casa
Cria filhos e se abasta
Se apropria a terra
Fica em casa olhando pela televisão
Recebe uma porção de medalhas
O resto é consequência da guerra
Onde se morre e não se enterra
​
A vida é sem nexo,
Por que a paz
Teria contexto?
Vento passarinheiro
Desde que o mundo é mundo
Se luta pelo sol
Pela terra
Pelo mar
Pela água
​
Só o vento que ninguém quer
Fica decretado, então,
Que vento
É para passarinho
A Paz entre a vida e a Morte
O homem tem sede de matar
Mata por mim, mata por ti
Mata por si, mata por nós
Mata para não morrer
Mata para viver
Mata por matar
O malabarista continua
No equilíbrio precário
Cai não cai
Do lado da vida
Do lado da morte
A escolha é forte
Sem alas, sem norte
No final é morte
A solução é voar
Pelos mares, pelos ares
Feito canário
Cantar pintassilgo
Sorrir hiena
E dançar macaco
Pular feito sapo
Assumir ou sumir ?